quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Contexto planetário: diário referente as aulas iniciais


Inicialmente, conhecemos a proposta a ser trabalhada no componente. Com suas perspectivas e possíveis caminhos de aprendizagem.
Falamos sobre conceitos, muitas vezes, recorrentes na nossa sociedade e, no entanto, notei que tanto eu quanto alguns colegas apresentamos dificuldades em expor exatamente a forma como tais conceitos como PIB e IDH representam pontos importantes e ainda persistem, em certa medida, mal compreendidos.
Ao discutirmos sobre o capitalismo foi exposto um vídeo que delineava o modo predatório como o homem se apodera da natureza e as possíveis consequências dessa lógica perversa e individualista e nos convidou a refletir sobre nosso papel nesse processo. Acredito que a UFSB ao nos ofertar um CC de Universidade e contexto planetário tendo como um de seus pilares a sustentabilidade busca realmente nos alertar dessa questão tão alarmante no seio social e que carece de indivíduos que tenham a devida compreensão do papel que cada um tem nessa cadeia de destruição sem fim, caso nada seja feito.Ou melhor, tal como exposto no vídeo e talvez de um modo exagerado,mas plenamente possível,uma destruição que o fim acaba com a nossa própria espécie.
Em nosso segundo momento, discutimos acerca do trecho da obra do sociólogo Zygmunt Bauman, A riqueza de poucos beneficia a todos nós?
 O capítulo discutido foi O quanto hoje somos desiguais? Impressionante os dados do quão desigual e perversa é a lógica do capital que rege as sociedades.
Discutimos sobre números que expõem o quanto os ricos tornam-se cada vez mais ricos enquanto pobres tem sua miséria ampliada, negligenciada e ignorada. Tal fato fica explícito nas cidades brasileiras em que a segregação espacial delimita quem deve e pode ocupar os melhores lugares ou não. 
Ainda abordamos a tão propagada meritocracia. Questionamos os ditos "talentos" e merecimento que costumeiramente são expostos na sociedade como forma de questionar a força de vontade e dedicação dos que não conquistam o tão propagado sucesso. 
O historiador Sidney Chalhoub afirmou que a meritocracia é um mito que alimenta as desigualdades. Partindo dessa perspectiva, enquanto houver esse discurso que deslegitima e desconsidera as múltiplas realidades sejam elas de cor e/ou econômica, a discrepância entre os ricos e pobres persistirá como algo natural e até necessário.
No documentário Milton Santos o mundo visto do lado de cá, ele há mais de 10 anos alertou sobre essa oposição tão grande entre os ricos e a maioria esmagadora da humanidade, mas apesar desse diagnóstico nada salutar ele nos convida a pensar na criação de um novo mundo.
É assim que a Universidade Federal do Sul da Bahia ao oportunizar de um modo mais democrático e voltado para a equidade possibilita, entre passos lentos e rápidos, a elaboração de uma nova realidade,um mundo possível e menos desigual.
Termino meu diário com falas do célebre Milton Santos e um trecho desse excelente documentário para convidar a cada leitor desse relato a acreditar nas possibilidades de uma realidade mais justa.
"Nunca na história da humanidade houve condições técnicas e científicas tão adequadas a construir o mundo da dignidade humana.Apenas essas condições foram expropriadas por um punhado de empresas que decidiram construir um mundo perverso. Cabe a nós fazer destas condições materiais a condição material da produção de uma outra política."
"O mundo é formado não apenas pelo que já existe, mas pelo que pode efetivamente existir."



https://www.youtube.com/watch?v=ZXdDkDwTUxc


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