sábado, 13 de abril de 2019

Pesquisa de campo

13 de abril de 2019

Dia de irmos até o conjunto habitacional  São José.  Juntamente com a turma de Fabiana, cada equipe realizou entrevistas em um bloco para fazermos um levantamento de possibilidades de atuar com uma intervenção coletiva.
Minha equipe não encontrou nenhum obstáculo da parte dos entrevistados que encontramos. Pelo contrário, foram super solícitos em relação a contribuir com o projeto e demonstraram uma certa expectativa de que as informações coletadas possam, em algum momento, contribuir para a elaboração de melhorias na comunidade.
De forma geral, em nossas entrevistas, foram relatados alguns problemas em comum como o transporte público, a segurança, a disponibilização de água e a falta de lazer.
Até encontramos mais de uma quadra no espaço, mas sem a devida manutenção e incapaz de abarcar prática esportivas.
A distância do centro também foi apontada como obstáculo na rotina da população.
Eles demonstraram a vontade de ter mais espaços de lazer e convivência, mais segurança e agilidade para o deslocamento no transporte público e maior solidariedade entre eles.
Observamos esgoto a céu aberto, muita sujeira da própria população nas laterais das casas, muitos sacos plásticos, embalagens de salgadinhos, copos e etc. Fato que comprova a fala de alguns deles sobre a necessidade da própria comunidade contribuir com melhorias para a vida da população.
Existe um sentimento muito forte de gratidão pela conquista da casa. Ao questionarmos o nível de satisfação com o móvel sempre pontuavam que, de algum modo, lá era muito melhor do que o local de moradia anterior e que, por isso, não iriam dar uma nota tão baixa por conta de estarem felizes com a conquista da casa própria.
Um ponto muito interessante foi que no momento que colocamos o entrevistado num papel de protagonista de uma mudança concreta da população eles apresentavam muita dificuldade em pontuar meios de produzir melhorias para a comunidade. Em certa medida, imaginávamos que após pontuar sobre os problemas que apresentavam iriam facilmente citar soluções que desejavam para o conjunto habitacional.
Infelizmente, não tivemos a possibilidade de expor para algum jovem ou interessado em ingressar o ensino superior a nossa universidade. Logo, apenas pontuamos sobre a UFSB e indicamos aos moradores que falassem aos jovens sobre essa grande possibilidade de mudança (representada pelo ensino superior) que está ali tão próxima deles e que de, certa forma, ainda tão distante. Mas, que pode vir a ser após esse e outros projetos uma realidade mais presente na vida daquelas pessoas.
Outro ponto que achei relevante foi essa diferença entre teoria e prática. Em sala, fizemos a entrevista em 25 minutos. Outros colegas ainda conseguiram num intervalo de tempo bem menor. Mas, nós demoramos mais tempo. Uma meia hora e até mais um pouquinho por conta da dificuldade às vezes do morador de ser mais sucinto e também porque alguns queriam exemplos de respostas e precisávamos nos conter para não comprometer a qualidade da nossa pesquisa.
Enfim, foi uma manhã muito produtiva e a sensação que fica é o desejo de que tenhamos discernimento e a capacidade de elaborar bons caminhos para conseguirmos ajudar e acrescentar, de algum modo, melhorias na vida daquela população.



































Créditos das fotos:
@caique_alves_de_castro 
https://www.instagram.com/caique_alves_de_castro/ 

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Analisando caminhos

09 de abril de 2019
Aula realizada em prol da preparação da visita de campo para o trabalho final.
Acredito que a busca por caminhos para concretizar mudanças a médio e também a longo prazo, afinal nossa pesquisa pode sim ser a mola propulsora para mudanças futuras. Em grupo, realizamos o teste que será feito com a população do conjunto habitacional São José. Com essa ação foi possível perceber a média de tempo que demoramos para realizar as perguntas e, principalmente, discutimos sobre a forma de realizar essa abordagem, tendo a consciência da necessidade de adaptar a nossa fala para sermos bem compreendidos e também para conseguirmos um diálogo mais fluido e capaz de coletar informações importantes para, posteriormente, conseguirmos realizar uma ação válida.
Dois pontos que mais chamaram a minha atenção sobre a nossa tarde foram essa sensibilidade e bom senso de adaptar as perguntas priorizando que os entrevistados sintam-se confortáveis em responder e convidados a colaborar para o bem da coletividade e também a fala  sobre o fato de existir ainda na sociedade uma ideia de colaboração muito limitada ao que julgam que um setor social precisa sem antes dialogar e perceber, juntamente com os mais interessados, quais suas demandas reais.
Fica a noção do quanto é preciso estar atento a forma como o outro enxerga a sua realidade e não somente como eu vejo e percebo o outro.
Eis um dos compromissos sociais da nossa universidade, uma instituição de ensino que tem como pilar contemplar e modificar o seu entorno, modificando e melhorando a realidade do sul da Bahia, compreendendo cada realidade e perspectiva.
No fim de semana nos reuniremos para descobrirmos essa informações e elaborar mecanismos para agregar positivamente na vida daquelas pessoas.



terça-feira, 2 de abril de 2019

"Há esperança"


02 de abril de 2019

Aula conjunta com a turma da professora Fabiana.

Tomamos conhecimento de um projeto realizado pela professora Silvia Kimo no condomínio que iremos realizar nosso projeto final.
Após refletirmos tanto no componente sobre desigualdade social, a nossa intervenção agora vai estar diretamente associada a essa problemática social. Afinal de contas, a construção de condomínios distantes das áreas mais valorizadas financeiramente é um reflexo de uma sociedade desigual em que o acesso a serviços urbanos básicos torna-se mais acessível para os que detém maior poder aquisitivo.
No condomínio São José, a sua disposição no espaço é um retrato da segregação socioeconômica e do interesse, talvez implícito, de manter essas pessoas à margem da sociedade.
Podemos perceber o modo como se estabelecem as relações sociais, notando o quanto a distância física do local de origem das pessoas e também do centro e locais como farmácia, igrejas e outros meios de assistência prejudica a vida das pessoas. Isso porque como muitas mantém esses vínculos com o espaço de origem fica mais difícil ainda.
Achei curioso o fato de existir uma certa noção de solidão dentro do condomínio. Afinal, do ponto de vista da quantidade de pessoas que convivem na área e por terem deixado o antigo espaço de convivência era de se esperar maior integração entre as pessoas.
Fica a reflexão do quanto as conquistas financeiras são importantes, mas sem perder de vista o valor inestimável dos laços que estabelecemos nas nossas relações.
Após esse momento tivemos a oportunidade de saber um pouco mais sobre o processo de saneamento e outras questões da cidade de Itabuna. O engenheiro Alfredo Melo pode nos mostrar a relevância das discussões dentro da universidade sobre os problemas que nos cercam e do poder que a ação tem de intervir e modificar o cenário do espaço pesquisado. Isso porque hoje muito tem sido feito graças a intervenção da universidade nesse processo de esquecimento em que muitos setores sociais se encontram e, aos poucos, são alterados.
Interessante e imprescindível o fato da universidade permitir essa conexão com outros setores da sociedade.
Depois de expor a realidade do território a ser pesquisado e outros resultados positivos graças à iniciativa acadêmica, a fala final do morador do condomínio foi o que eu e acredito que, alguns colegas, precisávamos para reforçar a compreensão do nosso papel ali.  
Ver além do nosso conforto (isso dentro de cada realidade) e compreender que mesmo na condição de estudantes nós podemos de fato contribuir e intervir na nossa sociedade de modo efetivo.
É inegável o quanto é benéfico para a sociedade ter uma instituição de ensino superior que busca, de fato, incluir, transformar e despertar/contribuir para uma formação que integre e auxilia no progresso do sul da Bahia.
Apesar dos pesares, há esperança. Tal como o Mário Sérgio Cortella afirma esperança do esperançar, no sentido de ir atrás, buscar, não desistir. Embora o cenário, às vezes, seja desanimador ou complexo, há esperança.





Imagem extraída da internet

Começos e despedidas

29 de abril de 2019 Após realizadas as devidas observações, diálogos, pesquisas e análise da viabilidade de se propor uma intervenção, nós...