terça-feira, 2 de abril de 2019

"Há esperança"


02 de abril de 2019

Aula conjunta com a turma da professora Fabiana.

Tomamos conhecimento de um projeto realizado pela professora Silvia Kimo no condomínio que iremos realizar nosso projeto final.
Após refletirmos tanto no componente sobre desigualdade social, a nossa intervenção agora vai estar diretamente associada a essa problemática social. Afinal de contas, a construção de condomínios distantes das áreas mais valorizadas financeiramente é um reflexo de uma sociedade desigual em que o acesso a serviços urbanos básicos torna-se mais acessível para os que detém maior poder aquisitivo.
No condomínio São José, a sua disposição no espaço é um retrato da segregação socioeconômica e do interesse, talvez implícito, de manter essas pessoas à margem da sociedade.
Podemos perceber o modo como se estabelecem as relações sociais, notando o quanto a distância física do local de origem das pessoas e também do centro e locais como farmácia, igrejas e outros meios de assistência prejudica a vida das pessoas. Isso porque como muitas mantém esses vínculos com o espaço de origem fica mais difícil ainda.
Achei curioso o fato de existir uma certa noção de solidão dentro do condomínio. Afinal, do ponto de vista da quantidade de pessoas que convivem na área e por terem deixado o antigo espaço de convivência era de se esperar maior integração entre as pessoas.
Fica a reflexão do quanto as conquistas financeiras são importantes, mas sem perder de vista o valor inestimável dos laços que estabelecemos nas nossas relações.
Após esse momento tivemos a oportunidade de saber um pouco mais sobre o processo de saneamento e outras questões da cidade de Itabuna. O engenheiro Alfredo Melo pode nos mostrar a relevância das discussões dentro da universidade sobre os problemas que nos cercam e do poder que a ação tem de intervir e modificar o cenário do espaço pesquisado. Isso porque hoje muito tem sido feito graças a intervenção da universidade nesse processo de esquecimento em que muitos setores sociais se encontram e, aos poucos, são alterados.
Interessante e imprescindível o fato da universidade permitir essa conexão com outros setores da sociedade.
Depois de expor a realidade do território a ser pesquisado e outros resultados positivos graças à iniciativa acadêmica, a fala final do morador do condomínio foi o que eu e acredito que, alguns colegas, precisávamos para reforçar a compreensão do nosso papel ali.  
Ver além do nosso conforto (isso dentro de cada realidade) e compreender que mesmo na condição de estudantes nós podemos de fato contribuir e intervir na nossa sociedade de modo efetivo.
É inegável o quanto é benéfico para a sociedade ter uma instituição de ensino superior que busca, de fato, incluir, transformar e despertar/contribuir para uma formação que integre e auxilia no progresso do sul da Bahia.
Apesar dos pesares, há esperança. Tal como o Mário Sérgio Cortella afirma esperança do esperançar, no sentido de ir atrás, buscar, não desistir. Embora o cenário, às vezes, seja desanimador ou complexo, há esperança.





Imagem extraída da internet

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